O Amor
Eu tenho quinze minutos para falar de amor.
Eu tenho um tempo que me suspende no ar.
Volteia, o meu tempo, e não me deixa em lugar algum.
Agora tenho menos de quinze minutos
e o tempo me segura e me surra.
Olha as minhas lágrimas com pena.
O tempo tem pena de mim.
Daí o tempo me diz:
Você tem dez minutos para falar de amor.
O tempo agora é indiferente,
duvida dos meus dez minutos e de mim,
enquanto eu o olho como a um pai,
com respeito e reverência.
Quase um Cronos.
Tenho uns sete, seis ou cinco minutos para falar de amor,
e o tempo agora expressa uma rotunda gargalhada.
Como é lindo o tempo!
O seu corpo, rosto, o seu intelecto!
Profundo conhecedor das nuances dos instantes.
(talvez tenha ejaculação precoce).
Dois minutos para falar de amor
e o tempo ensaia dar-me as costas.
Eu olharia sua bunda sem pudor ou sentimento de culpa,
se estivesse desnudo.
Eu a imaginava redonda como um relógio.
Eu queria rir do tempo.
Mas quem sou eu para rir de Cronos?
Eu queria encontrar uma vagina no tempo
por onde pudesse fecundá-lo
e paralisá-lo por nove meses. nove não.
Novecentos.
Instaria: devolva-me os novecentos segundos!
O tempo me diz:
Você tem um minuto e meio para falar de amor.
Se o tempo fosse mulher
eu a levaria ao orgasmo em um minuto e meio.
Eu tenho medo.
Comecei a ficar com medo.
O tempo ficou sem face: olhos, boca, nariz, sobrancelhas.
No seu lugar um espelho.
Eu me vejo nesse espelho
O tempo me consome
e quer me fazer acreditar que não saiba o que é o amor.
Eu iria conquistá-lo, copular com ele.
Amor é copular, perguntar-me-ia o tempo, certamente.
Eu lhe diria: quantos minutos? Trinta segundos.
Minha mente ferve em trinta segundos.
Tudo passa? Não.
Tudo se paralisa a meu redor.
Haveria tempo para uma ereção?
Sim. Talvez monstrando uma ereção ao tempo
eu me convecesse a mim mesmo de que sabia o que era o amor.
Mas eu queria mais. Quero o tempo no leito
e em trinta segundos olhar nos seus olhos e dizer:
Escute-me! E ficaria calado, literalmente ganhando o tempo.
Seios, vulva, coxas em minhas mãos.
O clitóris na boca e a nova pergunta:
Quanto tempo, meu amor?
Lucas Tenório
Eu tenho um tempo que me suspende no ar.
Volteia, o meu tempo, e não me deixa em lugar algum.
Agora tenho menos de quinze minutos
e o tempo me segura e me surra.
Olha as minhas lágrimas com pena.
O tempo tem pena de mim.
Daí o tempo me diz:
Você tem dez minutos para falar de amor.
O tempo agora é indiferente,
duvida dos meus dez minutos e de mim,
enquanto eu o olho como a um pai,
com respeito e reverência.
Quase um Cronos.
Tenho uns sete, seis ou cinco minutos para falar de amor,
e o tempo agora expressa uma rotunda gargalhada.
Como é lindo o tempo!
O seu corpo, rosto, o seu intelecto!
Profundo conhecedor das nuances dos instantes.
(talvez tenha ejaculação precoce).
Dois minutos para falar de amor
e o tempo ensaia dar-me as costas.
Eu olharia sua bunda sem pudor ou sentimento de culpa,
se estivesse desnudo.
Eu a imaginava redonda como um relógio.
Eu queria rir do tempo.
Mas quem sou eu para rir de Cronos?
Eu queria encontrar uma vagina no tempo
por onde pudesse fecundá-lo
e paralisá-lo por nove meses. nove não.
Novecentos.
Instaria: devolva-me os novecentos segundos!
O tempo me diz:
Você tem um minuto e meio para falar de amor.
Se o tempo fosse mulher
eu a levaria ao orgasmo em um minuto e meio.
Eu tenho medo.
Comecei a ficar com medo.
O tempo ficou sem face: olhos, boca, nariz, sobrancelhas.
No seu lugar um espelho.
Eu me vejo nesse espelho
O tempo me consome
e quer me fazer acreditar que não saiba o que é o amor.
Eu iria conquistá-lo, copular com ele.
Amor é copular, perguntar-me-ia o tempo, certamente.
Eu lhe diria: quantos minutos? Trinta segundos.
Minha mente ferve em trinta segundos.
Tudo passa? Não.
Tudo se paralisa a meu redor.
Haveria tempo para uma ereção?
Sim. Talvez monstrando uma ereção ao tempo
eu me convecesse a mim mesmo de que sabia o que era o amor.
Mas eu queria mais. Quero o tempo no leito
e em trinta segundos olhar nos seus olhos e dizer:
Escute-me! E ficaria calado, literalmente ganhando o tempo.
Seios, vulva, coxas em minhas mãos.
O clitóris na boca e a nova pergunta:
Quanto tempo, meu amor?
Lucas Tenório
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Oras bola!
Eu não deletei nada.
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