3.10.05

Relampiano - Lenine

Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém.
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém.
Tá vendendo drops, e no sinal ninguém.

Todo dia é dia, toda hora é hora
Neném não demora pra se levanter.
Mãe lavando roupa, pai já foi embora,
E o caçula chora pra se acostumar
Com a vida lá de fora do barraco,
Hai que endurecer um coração tão fraco,
Pra vencer o medo de trovão,
Sua vida aponta a contra-mão.

Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém.
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém.
Tá vendendo drops, e no sinal ninguém.

Tudo é tão normal, todo tal e qual,
Neném não tem hora pra ir se deitar.
Mãe passando roupa do pai agora,
De um outro caçula que já vai chegar,
É mais uma boca dentro do barraco,
Mais um kilo de farinha do mesmo saco,
Pra alimentar um novo João ninguém,
E a cidade cresce junto com neném.

Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém.
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém.
Tá vendendo drops, e no sinal ninguém.

Lenine/ Paulinho Moska - In Cité (2004)

http://www.lenine.com.br/