30.9.05

Recife













http://www.ac-nantes.fr:8080/peda/disc/histgeo/outice/multim/recifec.htm

Recife. E Recife quase sempre
ou quase não foi lauda num poema
Recife na nuança da eritema
que em rubro lhe esmaiava o transparente.

Recife, ou Recife, quase nada
e quase não foi nada, quase nunca
Recife quase tudo que caduca
na fala que se fala alienada.

Recife, do Recife, quase tudo
Que o brado fez embriagado e ousado
Recife, quase tudo, mas um pouco
do grito estertorado, quase mudo.

Recife, de insídias em seus planos
Recife, publicano tão prosaico
Um grito de profeta americano
Um gesto antecipadamente laico.

Recife, do teu sangue o rubro veio
Não és cidade, és universo alheio
Recife, te sondar no indiferente
É te encontrar intruso no meio seio.

Lucas Tenório