26.2.06

A Pedra - Fernando Tanajura

A pedra preta faz penhasco liso
que a ave pousa e desliza leve
Do cume verde, Pedro viu a pedra
e quis voar, pensando que era ave

No ar nublado, quis voltar correndo,
pensando em jatos e asas recortadas,
sem refletir que o velho corpo inchava,
sem colorir o gás que a pedra dava

Voando baixo, coração partido
quis dar um grito alto, dolorido
Viu que era tarde, e a pedra nua urrava
que vida e morte em tudo comungava

A chuva forte desmanchou o sangue,
as linhas tortas, rubro-negras, mortas
Pedro que é pedra misturou-se torto
Novo rochedo nasceu preto, morto

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lucas, é um enorme prazer participar do seu blog com a minha pedra poética. Desejo-lhe muito sucesso!
Abraços,
F. Tanajura

domingo, fevereiro 26, 2006  
Anonymous Lucas Tenório said...

Não há de quê, Tanajura.

domingo, maio 22, 2022  

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