Ave empalhada
O moto que empalha a ave
o intento que o movimenta
é de corrente rubra e sangrenta
refeito o cabo de uma trave
Estacado com meneios
perfura um vaso linfático
quando se ainda é extático
quando o lograr tem esteios
É quando há revoada
no ninho que está entre os seios
nas batidas ancoradas
põe-se a canga e os arreios
E há o vôo derradeiro
no que houve de mais leve
a pena, o ar, a neve
o flutuar dos isqueiros
Mas antes é ave empalhada
renegada à ataxia
uma outra moradia
no chão deliberada
Mas é antes ave parada
no céu que é de concreto
na abstração de um teto
de uma casa sepultada
Mas é antes pedra-luz
que nos olhos denuncia
um clamor feito a Maria
um pedido ao pai Jesus
Maria estatuada
Jesus crucificado
e o bicho ambicionado
entra em nova revoada
Quando o vôo se completa
da pedra arremessada
ela é denunciada
no estilhaçar da seta
Quando enfim se petrifica
num coração repintado
pelo pó da mesma sílica
numa cruz crucificado
Revoa no horizonte
cada bicho de empalhar
de coração a vagar
pousados numa ponte
E o diamante corta
no traçado da cidade
e a natureza morta
com maior fidelidade
Sobra o pó de um cimento
argamassa dos cassinos
sobra um cão e um menino
nos bichos o esquecimento.
Lucas Tenório
o intento que o movimenta
é de corrente rubra e sangrenta
refeito o cabo de uma trave
Estacado com meneios
perfura um vaso linfático
quando se ainda é extático
quando o lograr tem esteios
É quando há revoada
no ninho que está entre os seios
nas batidas ancoradas
põe-se a canga e os arreios
E há o vôo derradeiro
no que houve de mais leve
a pena, o ar, a neve
o flutuar dos isqueiros
Mas antes é ave empalhada
renegada à ataxia
uma outra moradia
no chão deliberada
Mas é antes ave parada
no céu que é de concreto
na abstração de um teto
de uma casa sepultada
Mas é antes pedra-luz
que nos olhos denuncia
um clamor feito a Maria
um pedido ao pai Jesus
Maria estatuada
Jesus crucificado
e o bicho ambicionado
entra em nova revoada
Quando o vôo se completa
da pedra arremessada
ela é denunciada
no estilhaçar da seta
Quando enfim se petrifica
num coração repintado
pelo pó da mesma sílica
numa cruz crucificado
Revoa no horizonte
cada bicho de empalhar
de coração a vagar
pousados numa ponte
E o diamante corta
no traçado da cidade
e a natureza morta
com maior fidelidade
Sobra o pó de um cimento
argamassa dos cassinos
sobra um cão e um menino
nos bichos o esquecimento.
Lucas Tenório
5 Comments:
Passe um olho em 2 textos sobre a Livro 7 em
http://urarianoms.blog.uol.com.br/
Eu desconhecia este seu espaço literário, voltarei com calma.
Adorei conhecer seu blog.
É de uma beleza imensa esse poema, parabéns!
O amigo sumiu, mesmo este espaço não tem sido atualizado. Apareça.
Fraterno abraço
Manoel Carlos
Coisas da existência, Manoel e a todos. Abraço.
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