A face oculta da sombra
Falar de sombra em pedra
é dizer-lhe da pluma
no dizer que arremeda
lamparina nenhuma.
Na réstia do intestino
de pedra a sombra brilha
na íris do inquilino
estilhaçada em quilhas.
Na íris sombra-marca
de fractais dormentes
em antiincandescentes
soalhos de barcaças.
Ancoradas a fio
de ouro e de barbante
cordames de extravio
em treva naufragante
Engolfada em um sol
de feito estomacal
espelhos de um atol
de lava gutural.
Em luz que é haurida
em sua opaca cama
matéria preferida
do leito de sua chama
E a luz e sombra dobram
o mesmo e ambíguo sino
no ferro em que se forjam
os vãos do cristalino
de transparência muda.
Dos olhos palpebrados
a sombra-luz exsuda
o grito imatizado.
Lucas Tenório
é dizer-lhe da pluma
no dizer que arremeda
lamparina nenhuma.
Na réstia do intestino
de pedra a sombra brilha
na íris do inquilino
estilhaçada em quilhas.
Na íris sombra-marca
de fractais dormentes
em antiincandescentes
soalhos de barcaças.
Ancoradas a fio
de ouro e de barbante
cordames de extravio
em treva naufragante
Engolfada em um sol
de feito estomacal
espelhos de um atol
de lava gutural.
Em luz que é haurida
em sua opaca cama
matéria preferida
do leito de sua chama
E a luz e sombra dobram
o mesmo e ambíguo sino
no ferro em que se forjam
os vãos do cristalino
de transparência muda.
Dos olhos palpebrados
a sombra-luz exsuda
o grito imatizado.
Lucas Tenório
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