Papel de parede
Entre o avesso recortado, entre a serra
Maquinalmente empregada
A palavra cresta escrita, nela berra
A celulose decepada.
Berra o gemido chiado
O ranger dos dentes incisivos
E em todos os prados
O laminar lascivo.
Lascivo na palavra
Víscera, ferro, ventre
Que o corte de por dentro, entre
Escalavra.
Abre-se-lhe um duto, um traço
De caligrafia erótica
Numa balaustrada gótica
De braço a terraço.
Dos morfemas, antes células
O adorno do corpóreo espaço.
Num bailado de libélulas
De anca a espinhaço.
E se a casa verbal é língua
E a casa da casa monumento
Escrita em sua dor, à míngua
No antigo testamento,
Dói a dor do corte, em Adão
Do pênis que agora é falo
Dói o corte do papel, cambão
Num verbete em que não falo.
Lucas Tenório
Maquinalmente empregada
A palavra cresta escrita, nela berra
A celulose decepada.
Berra o gemido chiado
O ranger dos dentes incisivos
E em todos os prados
O laminar lascivo.
Lascivo na palavra
Víscera, ferro, ventre
Que o corte de por dentro, entre
Escalavra.
Abre-se-lhe um duto, um traço
De caligrafia erótica
Numa balaustrada gótica
De braço a terraço.
Dos morfemas, antes células
O adorno do corpóreo espaço.
Num bailado de libélulas
De anca a espinhaço.
E se a casa verbal é língua
E a casa da casa monumento
Escrita em sua dor, à míngua
No antigo testamento,
Dói a dor do corte, em Adão
Do pênis que agora é falo
Dói o corte do papel, cambão
Num verbete em que não falo.
Lucas Tenório
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