Açougue
Da carne o osso é parte
é parte o sangue frio
na arcaica e escarlate
demão que a coloriu
Em tons do arco-íris
digestivos do sol
que a carne em sua bílis
fulgiu num urinol
Do mesmo barro opaco
que pretendeu lustrar
algo tampouco laico
e por sacralizar,
A urina doce e quente
da terra desposada
a subserviente
costela desossada
Em matiz de placenta.
Depois do incesto lato
na cria empoeirenta
num berço caricato,
Choro de um quase-deus
na dor da pedra manta
que medra o sangue seu
em verbo na garganta.
Lucas Tenório
é parte o sangue frio
na arcaica e escarlate
demão que a coloriu
Em tons do arco-íris
digestivos do sol
que a carne em sua bílis
fulgiu num urinol
Do mesmo barro opaco
que pretendeu lustrar
algo tampouco laico
e por sacralizar,
A urina doce e quente
da terra desposada
a subserviente
costela desossada
Em matiz de placenta.
Depois do incesto lato
na cria empoeirenta
num berço caricato,
Choro de um quase-deus
na dor da pedra manta
que medra o sangue seu
em verbo na garganta.
Lucas Tenório
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