A seca
Túrgida e rarefeita
vejo a seca
na folha de papel
Aqui do meu cinzel
a rachadura é feita
no balcão da cozinha
E a espinha de peixe
na lata de sardinha
Túrgida e satisfeita
a carcaça seca
na colheita e na pesca
Dois galos de sangue
um verde e exangue
outro ocre e matinal
colocam sal no dia
Eu corto a seca
na lembrança que não tinha
Eu colho a penca
da palma
da mão
Eu digo não ao Sol vermelho
e na rachadura
há pinho
sol nos calcanhares de maria
No seu espelho
os meus olhos no seu ventre
para entre
galos
tê-la
fria e imaculada
ejaculada do meu falo.
Lucas Tenório
vejo a seca
na folha de papel
Aqui do meu cinzel
a rachadura é feita
no balcão da cozinha
E a espinha de peixe
na lata de sardinha
Túrgida e satisfeita
a carcaça seca
na colheita e na pesca
Dois galos de sangue
um verde e exangue
outro ocre e matinal
colocam sal no dia
Eu corto a seca
na lembrança que não tinha
Eu colho a penca
da palma
da mão
Eu digo não ao Sol vermelho
e na rachadura
há pinho
sol nos calcanhares de maria
No seu espelho
os meus olhos no seu ventre
para entre
galos
tê-la
fria e imaculada
ejaculada do meu falo.
Lucas Tenório
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