Pinto do Monteiro - Joselito Nunes
TRADIÇÕES
O Pinto que cantava de galo
Novo livro do pesquisador Joselito Nunes faz um resgate da vida e da obra de Pinto do Monteiro
Eduardo Maia
A herança européia do trovadorismo, que remonta à idade média, aclimatou-se muito bem ao sertão nordestino. Os cantadores, violeiros e repentistas fazem parte da rica tradição cultural sertaneja, marcada fortemente pela oralidade. O pesquisador Carlos Jatobá informa que a tradição da cantoria tem origem provável no século 11, em Provença, no sul da França, mas que “veio até nós, adicionada com um leve sabor mourisco, um tanto aboiado, quase islâmico”, pois teria se desenvolvido e florescido na Península Ibérica.
No Brasil, o cantador Severino Lourenço da Silva Pinto, conhecido como Pinto do Monteiro, foi um dos maiores poetas entre os seguidores dessa tradição. Especialista em improvisos e pelejas, Pinto do Monteiro, em suas andanças pelo Sertão, enfrentou muitos improvisadores e, segundo testemunhos, parece ter levado a melhor na maioria dos casos. A obediência à métrica e à rima são importantes, mas a velocidade de raciocínio, a memória e a ironia são as peças-chave para um bom pelejador.
A vida e a obra de Pinto do Monteiro fazem parte do trabalho de resgate cultural realizado pelo pesquisador Joselito Nunes e transformado em livro, recentemente, no Recife. "Pinto Velho do Monteiro – um cantador sem parelha", recolhe depoimentos, passagens biográficas, versos e pelejas do cantador nascido em Carnaubinha, uma propriedade próxima ao município de Monteiro (PB).
Com quase 100 anos de idade, no dia 28 de outubro de 1990, falecia Severino da Silva Pinto, deixando a maior parte da sua obra, devido à oralidade, somente guardada na cabeça daqueles que tiveram a sorte de escutá-lo. O livro de Joselito Nunes, que conta com ensaios de vários colaboradores, é baseado em uma extensa pesquisa, e não deixa de ser também uma homenagem e um alerta para que nomes como o de Pinto do Monteiro não se percam como versos que só foram cantados uma vez e esquecidos no tempo.
(Leia mais na edição nº 63 [março de 2006] da Revista Continente Multicultural.)
Eduardo Maia é jornalista
http://www.continentemulticultural.com.br/
O Pinto que cantava de galo
Novo livro do pesquisador Joselito Nunes faz um resgate da vida e da obra de Pinto do Monteiro
Eduardo Maia
A herança européia do trovadorismo, que remonta à idade média, aclimatou-se muito bem ao sertão nordestino. Os cantadores, violeiros e repentistas fazem parte da rica tradição cultural sertaneja, marcada fortemente pela oralidade. O pesquisador Carlos Jatobá informa que a tradição da cantoria tem origem provável no século 11, em Provença, no sul da França, mas que “veio até nós, adicionada com um leve sabor mourisco, um tanto aboiado, quase islâmico”, pois teria se desenvolvido e florescido na Península Ibérica.
No Brasil, o cantador Severino Lourenço da Silva Pinto, conhecido como Pinto do Monteiro, foi um dos maiores poetas entre os seguidores dessa tradição. Especialista em improvisos e pelejas, Pinto do Monteiro, em suas andanças pelo Sertão, enfrentou muitos improvisadores e, segundo testemunhos, parece ter levado a melhor na maioria dos casos. A obediência à métrica e à rima são importantes, mas a velocidade de raciocínio, a memória e a ironia são as peças-chave para um bom pelejador.
A vida e a obra de Pinto do Monteiro fazem parte do trabalho de resgate cultural realizado pelo pesquisador Joselito Nunes e transformado em livro, recentemente, no Recife. "Pinto Velho do Monteiro – um cantador sem parelha", recolhe depoimentos, passagens biográficas, versos e pelejas do cantador nascido em Carnaubinha, uma propriedade próxima ao município de Monteiro (PB).
Com quase 100 anos de idade, no dia 28 de outubro de 1990, falecia Severino da Silva Pinto, deixando a maior parte da sua obra, devido à oralidade, somente guardada na cabeça daqueles que tiveram a sorte de escutá-lo. O livro de Joselito Nunes, que conta com ensaios de vários colaboradores, é baseado em uma extensa pesquisa, e não deixa de ser também uma homenagem e um alerta para que nomes como o de Pinto do Monteiro não se percam como versos que só foram cantados uma vez e esquecidos no tempo.
(Leia mais na edição nº 63 [março de 2006] da Revista Continente Multicultural.)
Eduardo Maia é jornalista
http://www.continentemulticultural.com.br/
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